quarta-feira, 10 de setembro de 2008

inspiração, desinspiração...


"(...) é fácil falar da tal escassez de alma."

Em ventos passados, a cabeça era turbilhão. Ideias entravam, arrumavam-se, acumulavam-se, fixavam-se, dando espaço, cada vez mais espaço, a outras. Umas saíam, na ideia que não eram um bom partido. A palavra saia na pronúncia que não se ia perceber. Eu não as agarrava, não as puxava, nem sequer as procurava. Simplesmente apareciam. Apareciam em cheiros, vozes; apareciam em visões, actos; apareciam no simples e no complexo. Simplesmente apareciam. Apareciam, fazendo com que a caneta se tornasse na minha melhor amiga. Apareciam, fazendo das letras vida. Simplesmente apareciam. Realmente já incomodava.
Em ventos presentes, a cabeça é a calmaria do lago. Ideias fogem, desarrumam-se, escasseiam-se, voam, dando espaço, cada vez mais espaço, ao vazio. Umas batem à porta de pé atrás na ideia que não são um bom partido. A palavra fica à porta pela pronúncia que não se ia perceber. Eu bem as agarro, puxo-as, ate as procuro. Simplesmente desapareceram. Desapareceram nos cheiros, vozes; desapareceram nas visões, actos; desapareceram no simples e no complexo. Desapareceram, fazendo com que esquecesse a melhor amiga caneta. Desapareceram, fazendo das letras desvanecimento. Simplesmente desapareceram. Quando, por favor, tenho de volta a minha inspiração?

imagem: "The Beauty In Ugly" Jason Mraz

10 comentários:

Salto-Alto disse...

Gostei muito do texto! E também eu ando à procura da resposta para a pergunta final (quando voltará a minha inspiração? ;p)

Beijocas!

entrelinhas. disse...

parece que gosta de brincar ao toca e foge, salto-alto. tenho saudades do tempo em que adormecia com a caneta na mão.

Rafeiro Perfumado disse...

Adormecer com a caneta na mão pode ser perigoso, imagina que a cabeça tomba para a frente...

disse...

Também eu tenho saudades de quando pegava na caneta e começava a escrever fluentemente, ou quando naquelas aulas eu me sentava a teu lado e do nada desatavmos a escrever por muitas parvoices que saissem. A inspiração voltará, quando menos se espera.

AMO-TE

- Sá -

entrelinhas. disse...

Rafeiro perfumado , nao vou comentar isso xDD sinceramente pá :P

entrelinhas. disse...

ainda tenho o nosso poema , Sá . saudades desses tempos. e muitos mais virão :'p

JMCerdeira disse...

epá se ser culpado de coisas é assim quero ser culpado de mais coisas destas muito mais vezes!!

A culpada deste crime espetacular es tu..fui emramente um cumplice do planeamento!
ta lindo
tb teu fã!
friday

Anónimo disse...

obrigado pelo elogio, mas ele também se aplica a ti :)

que texto lindíssimo, um pensamento, uma realidade muito bem expressa aqui :D

adorei :)

um beijinho muito especial*

Sue disse...

Gostei imenso do teu texto...


E realente esse problema tambem me acontece muitas vezes...quando estou apaixonada é tudo bem mais facil =)

musicalidadett.blogspot.com (passa pelo meu blog)


Beijinho

Sue

Sue disse...

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e cetim…
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente…
É seres alma e sangue e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente !
Florbela Espanca


P.s. Achei que tinha haver com aquilo que estava escrito...


Beijinhos Sue