sábado, 29 de março de 2008

No fim do dia...

Esperei-te no fim de um dia cansado
À mesa do café de sempre
O fumo, o calor e o mesmo quadro

Na parede já azul poente
Alguém me sorri do balcão corrido
Alguém que me faz sentir
Que há lugares que são pequenos abrigos
Para onde podemos sempre fugir

Da tarde tão fria há gente que chega
E toma um café apressado
E há os que entram com o olhar perdido
À procura do futuro no avesso do passado

O tempo endurece qualquer armadura
E às vezes custa arrancar
Muralhas erguidas à volta do peito
Que não deixam partir nem deixam chegar

O escuro lá fora incendeia as estrelas
As janelas, os olhares, as ruas
Cá dentro o calor conforta os sentidos
Num pequeno reflexo da lua

Enquanto espero percorro os sinais
Do que fomos que ainda resiste
As marcas deixadas na alma e na pele
Do que foi feliz e do que foi triste

Sabe bem voltar-te a ver
Sabe bem quando estás ao meu lado
Quando o tempo me esvazia
Sabe bem o teu abraço fechado

E tudo o que me dás quando és
Guarida junto à tempestade
Os rumos para caminhar
No lado quente da saudade

domingo, 9 de março de 2008

Trinca, deixa meio e deita fora.

O Sol que me aquecia a face sempre foi mais que suficiente para sobreviver, mas precistem as coisas fúteis ditas essenciais para a vida também, quando não o são (nem pouco mais ou menos).


Os punhais são sempre os mesmos, os homicidas os mesmos são, mas a dor, essa, é cada vez pior. É de preferencia saber a verdade, do que cair na ilusão do sonho, ou na escuridão da mentira. Magouo-me com a verdade, mas na verdade pouco me importa.


Diferente? Não, estranha. É a única explicação que encontro para as perguntas que não sei responder. "É estranho..." , sim eu sei. Tudo é realmente estranho quando não aceitamos o hoje em dia, quando nao queremos aceitar toda a amargura da vida. E sim, eu também tenho sonhos. Sei é limitá-los até onde quero, sei conjugá-los.


Não consigo olhá-lo de frente, que estupidez. Poder admirar a beleza da Lua e não conseguir encarar a fonte da vida, sim é estranho.
E o Mundo continua a girar, ninguem o pára, o mar ondula e ai de quem o interrompa, e o sonho cresce, imparável.