quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

ambiguidade.



A noite cai, o mundo adormece.

O escuro fecha-se

Agasalha-me, abraça-me, arrepia-me, tapa-me, venda-me.

Eu fujo, ele perde-me.



A noite cai, o mundo acorda.

A luz acende-se

Ilumina-me, abrilhanta-me, ofusca-me, projecta-me, aquece-me.

Eu fujo, ela encontra-me.


Sou ambígua.

O escuro repugna-me,

O escuro fascina-me.

Não me encontra, eu escondo-me, eu procuro-me, eu acho-me.

Eu abraço-me, eu vendo-me e eu temo.

Tudo tão leve é no vácuo.


Escreve-se direito nas entrelinhas.

3 comentários:

Ana Sousa disse...

O escuro tem muitas realidades, assim como a vida comum.

Não, não és as unica :)
Beijo,
ana

Azeite Galo disse...

Toda tu és uma confusão :p mas uma daquelas que escreve coisas bonitinhas.

Blogadinha disse...

Foges do vazio e da solidão.
A tua noite nada tem de ambígua.
Boa sorte com as entrelinhas :))