domingo, 4 de outubro de 2009

sapatos negros.


Tenho uns sapatos negros calçados, os quais não consigo deixar. Pela vida usados, abusa, o parasita, de quem agarra.


Tenho Os sapatos negros envernizados, tatuagens que não consigo descalçar. Vira mundos do avesso, troca as coordenadas do Cabo das Tormentas para as do sítio onde habita, o parasita.


Tenho sapatos negros re e renegados, pelo medo de quem já se afundou. Muda correntes e confunde os ventos, traz a dor do sofrimento a quem jamais assim o provou.


Tenho o fim do poço em mim disfarçado, e já não tenho volta a dar. Os sapatos negros calçados, e a luz do mundo com a frágil vida a brincar.



Há quem tenho a pedra no sapato. Há quem tenha duas no seu estado maior.

4 comentários:

Dalva Nascimento disse...

Boa noite...

E se mudasse a cor do sapato?

“Então,
pintei de azul os meus sapatos
por não poder de azul
pintar as ruas...”

Carlos Pena Filho)

Boa semana!

Anónimo disse...

Há um par que caminha pela mesma estrada
de sapatos imitados
quem vê de fora julga os sombras de um do outro
mas não
a sombra eu aprecebo-me mas não a sinto
a ti meu reflexo
eu sinto-te mas nao sei de ti

Rafeiro Perfumado disse...

E trocar de sapatos, não é uma opção?

Blogadinha disse...

Posso plagiar um comentário, posso?

"sem palavras. totalmente sem palavras"

Ou talvez não...
Deixo-te esta: sublime.

(mas continuo sem palavras :))


Bjos