quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

questões de sensibilidade.


Horas, horas e horas - num ápice.
Odeio rotinas.
Odeio estar, ou sentir-me, presa num sítio! Parece que começo a sufocar - e é isso que está a acontecer.
Isto cansa-me. Cansa-me mais do que dar a volta, a correr, a quatro quarteirões. Nunca o fiz, mas imagino que canse.
E está a começar a faltar-me o ar, aqui dentro.
Pergunto-me, e deixo a pergunta a quem souber responder: O que são as "pessoas" que se deixam rastejar por todas essas horas, em desespero insensivel?
Preciso de luz, preciso de ar, preciso de uma brisa. Mas sei exactamente onde encontrar.
Quando sinto que os ponteiros de relógio fazem um nó envolto no meu pescoço, sei qual é o melhor abrigo onde me refugiar. Abrigo que apaga essa sensação. Esse abrigo é uma simples caneta.
"Pessoas" dessas, têm algum tipo de abrigo?
Eu não entendo. Serão pessoas sem sensibilidade de alma?

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

imagina!


Um dia destes, deparei-me com esta conversa de um menino de 6 anos:
- Porque é que não posso dizer às pessoas que leio a mente delas?
- Porque é obvio que isso é mentira!
- E se não for? Elas não sabem!
- Se não for, tens de fingir que é, e ser igual a todas as outras pessoas.
- Ser igual às outras pessoas é bom?


Resposta que me ficou entalada na garganta:
Não, não é bom. Porque é que não posso dizer que nasci de uma árvore? Ou ter vindo do espaço... E quem diz eu, diz tu também. Porquê, se temos um mundo nas mãos para sermos o que quisermos?
Sabes o que faz falta neste mundo? Talvez ainda sejas muito novo para entender, ou talvez não, mas o que faz realmente falta são mais malucos. Falo de gente que fale com pombos, com árvores, gente que valorize todo o tipo de vida, afinal "uma vida, uma dadiva!". Gente com a mente aberta ao batalhão de "porquês" existentes. Falo de gente que durma na praia só para ver o sol nascer, gente para além do modulo da humanidade. Falo de gente que tire fotografias a pedras e faça delas uma obra-de-arte, gente que pinte uma simples folha de árvore em pleno Outono e sinta essa pintura como uma das "7 maravilhas". Falo de gente que sinta e veja o mundo para além do lado físico e material. Falo de gente "maluca" que de maluca não tem nada, tem apenas asas para voar no meio de tanta outra gente que torna as suas invisiveis, inexistentes. Talvez um dia seja tarde para as tratar como reais. Talvez até nunca lhes tenham ensinado a tal. Falo de gente que não tem o céu como limite. Falo de gente que tenha a verdadeira noção do que é vida. Falo de gente racional. Exacto, falo de malucos racionais! Falo de gente não comodista. Falo de arte e de paz em estado bruto: falo de gente que use as asas para as sentir. Falo de gente que acredita ter apenas dois dias de vida, e os vive. Será que consegues acompanhar-me?
Falo de gente que se conta pelos dedos... Falo de gente que faria do mundo um lugar interessante para se viver.
Imagina essa gente. Agora imagina o mundo florido de gente como essa. É fácil, se tentares.


"you may say that i'm a dreamer, but i'm not the only one."

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

voa, mentira. voa.

Mentiras que fazem voar
Voa com o vento toda dor que faz mentir
Faz doer aqueles que mentem
Talvez eu voe quando tiver mentiras pra contar

Palavras que magoam ao dizer
Se magoa com o que é dito
Dói a alma daqueles que ouvem
A minha alma chora com o que se diz

Morre aquele que se lembra
Se lembra de todo o medo que sentiu
Medo é tudo o que sinto
De ti, de ti não me vou lembrar

Sorrisos que fazem chorar
Chora com a tristeza aqueles que fazem sorrir
Faz lágrimas cair aqueles que choram
E talvez nunca pare.

Talvez nunca pare...