imagem: Paulo Lobo
Hoje, vi a lua nascer. No seu movimento lento que reflectiu a falta de vontade de voltar a ver-me a mim, e muito menos a ti. Será que ela é tão lenta nos sítios onde não estamos?
Hoje, vi a lua nascer. Ela que mais uma vez me lembrou de que existes, e que também olhas para ela, mesmo longe de mim. Ela, que hoje me disse só nascer para alguns.
Hoje, vi a lua nascer. Enfraqueceu-me a quantidade de amor contido nos seus mares: mesmo sabendo que este mundo não gira à volta dela, ela fá-lo, há imenso tempo, dia após dia. Enfraqueceu-me saber o quão fracos somos. Enfraqueceu-me saber o quão insignificante é a presença do meu ser neste universo. E revoltou-me a estadia insistente de um certo egocentrismo nos confins dos meus sentimentos. Quando nem à volta da lua, sofredora e insistente, o mundo gira.
Hoje, vi a lua nascer. Hoje, apenas na força de uma troca de olhares, ela mandou-me dizer-te tudo isto.
Agora, a lua está no céu. Petrificada, fria, e inundada pelo reflexo dos meus olhos, à espera que tu leias o que ela me mandou dizer.
Hoje, vi a lua nascer. Vermelha, tímida, inocente, medrosa. Guardadora de um fardo, chamado fobia, aconchegado no bolso da sua alma. Fobia de mim, fobia de ti, fobia da sociedade que um dia construímos. A mim, alvo de censura, olha-me de soslaio, num brilhar reprovador. Para ti nem se digna sequer a olhar. Nem para ti, nem para muita gente. Acto que transporta uma vasta tristeza nas suas entrelinhas. Tristeza pela teia de aranha de ideias erradas e entrelaçadas que é a tua cabeça. Umas constroem outras, reproduzem-se, são aos milhares.
Hoje, vi a lua nascer. No seu movimento lento que reflectiu a falta de vontade de voltar a ver-me a mim, e muito menos a ti. Será que ela é tão lenta nos sítios onde não estamos?
Hoje, vi a lua nascer. Ela que mais uma vez me lembrou de que existes, e que também olhas para ela, mesmo longe de mim. Ela, que hoje me disse só nascer para alguns.
Hoje, vi a lua nascer. Enfraqueceu-me a quantidade de amor contido nos seus mares: mesmo sabendo que este mundo não gira à volta dela, ela fá-lo, há imenso tempo, dia após dia. Enfraqueceu-me saber o quão fracos somos. Enfraqueceu-me saber o quão insignificante é a presença do meu ser neste universo. E revoltou-me a estadia insistente de um certo egocentrismo nos confins dos meus sentimentos. Quando nem à volta da lua, sofredora e insistente, o mundo gira.
Hoje, vi a lua nascer. Hoje, apenas na força de uma troca de olhares, ela mandou-me dizer-te tudo isto.
Agora, a lua está no céu. Petrificada, fria, e inundada pelo reflexo dos meus olhos, à espera que tu leias o que ela me mandou dizer.
7 comentários:
fgo sarita escreves tao bem....
qero ter um pouco desse teu geitinho....as x da' deito ;)
a Lua diz-nos sempre tanta coisa....é tão boa companheira.
Robin K
A lua , tão longe e tão inspiradora.
Bonito texto.
Beijokas
LINDO! Foi super inteligente teres usado a lua como veículo de mensagens! Está mesmo lindo!
Beijinhos e parabéns!!!!
Céu azul,
como te invejo
és dono e senhor
de tudo o que ja fora nosso.
Quero guardar a imagem,
dos segredos e da pele,
que me levára á boleia nos sonhos do teu céu,
já nao interessa as perguntas e os porquês,
diz me do que ficou,
e o que ainda vês.
onde estás que nao te vejo, será que apenas te encontro no meu desejo.
SOU EU ....
Parabens, está muito bom.
bjs
Passo por aqui com regularidade mas as palavras fazem-me sentir pequena e não tenho coragem de comentar..
Bj,
(i)
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